Sinopse: Japão, 2 Guerra Mundial.
Apesar do começo promissor, o exército japonês, um dos mais bem armados e fortes de sua época, viu-se acuado, pronto para a derrota. Na terra do imperador, o medo parecia acompanhar, como um guardião, cada habitante do país. Nas ruas, a Kempeitai - Corpo de Soldados da lei - impunha sua vontade com brutalidade e até a morte.
O Japão iniciava a década de 40 dividido entre a esperança e o medo dos dias vindouros.
Shiromiya Kazue cresceu nas ruas, órfão, acompanhado do irmão que o vendia a troco de arroz. Desde pequeno sua aparência feminina contribuia para que o preço de sua carne fosse o bastante para que ambos pudessem sobreviver aos dias cruéis. Porém, num ambiente em que sobravam pessoas famintas e faltava dinheiro, ser jovem e bonito já não bastava. Foi assim que ele precisou se transformar em mulher.
Ryo era um poderoso comerciante, dono de uma frota de barcos pesqueiros viveu o período turbulento com relativa calma. Comprava a paz que necessitava, assim como o corpo daquelas com quem queria se deitar. Mas a vida ainda haveria de ensinar-lhe que, nem sempre, o coração de alguém está á venda e nem tudo é o que parece.
Kazue e Ryo se cruzam num momento difícil de suas vidas e não sabem o que fazer perante o que entre eles surge. Como Kazue, acostumado á dor e ao abuso poderia entregar o coração a alguém que o via apenas como mercadoria? E como Ryo poderia amar um homem?
Kinshi Na Karada pode ser traduzido como o Corpo Proibido para o português, e a história retrata a sociedade japonesa da década de 40. A honra e a vergonha se cruzam, mostrando o que, de fato, existe em cada um de nós, humanos.
Resenha:
Sempre que me perguntam "Qual autor nacional você indica?" Minha resposta é sempre essa "Josiane Veiga". Ler algo que essa autora escreve é ser transportado para o mundo podre, mágico e desafiador que é a humanidade.
Sei que muitos leitores gostam de livros que não tem nada a ver com a realidade, mas esse tipo de leitura acaba sendo por muitas vezes enfadonha. Livros podem ter o lado fictício, é claro, mas para serem convincentes precisam de algumas doses de realidade.
E com Kinshi Na Karada, a Josy mostrou que seu talento não tem limites.
Adoro histórias ambientadas na Segunda Guerra, mas até pouco tempo as únicas que li ou assisti estão focadas na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Muito pouco no Japão. O único filme que vi até hoje foi "Cartas de Iwo Jima". Então quando soube que a Josy iria escrever um livro ambientado no Japão e durante a Segunda Guerra, pirei na batatinha.
Kinshi Na Karada gira em torno de Kazue, um jovem que desde cedo conheceu a maldade humana. Foi diversas vezes violentado. Seu irmão mais velho o vendia a troco de migalhas, mas seu destino muda, quando encontra Aiko, dono de um prostibulo, que o acolhe e com a promessa de que nunca mais terá que vender o corpo.
O mundo de Kazue volta a se iluminar. Fora das ruas e da violência. Agora o rapaz ganha a vida se vestindo de Gueixa e entretendo os clientes da Casa Ai, com sua beleza e dança.
Mas como o mundo não é perfeito, logo entra em cena Ryo, um homem rico que acha que pode conseguir tudo com dinheiro. Ele se encanta e ao mesmo tempo tem nojo por Kazue. Ryo passa a viver um conflito interno, mas seu preconceito muitas vezes passa do limite, causando ainda mais dor a alma já tão frágil de Kazue.
Sim, Kinshi Na Karada é um romance LGBT e ao contrário do que muita gente pensa, não só putaria (desculpem pelo palavrão). O livro tem cenas de sexo, mas os personagens não batem o olho um no outro e pulam na cama. Não.
Josiane mostra o relacionamento com seus altos e baixos. Existe cumplicidade entre os personagens. Afinal, relacionamentos de verdade são complicados. Não é fácil confiar e se entregar logo de cara.
Vamos aos Personagens:
Kazue: Fragilidade seria a palavra que melhor o descreve, mas conforme a trama avança, mostra que tem força e muita coragem.
Ryo: Rico, mimado, arrogante. Um verdadeiro nojo. Josy, eu posso matá-lo, por favor?
Aiko: Apesar de seu bom coração, vive preso a segredos e a um amor sem futuro. Shin não serve. Ele tem que acabar com o Jiro.
Shin: Esse é outro que eu quero matar. O cara é bipolar, só pode.
Jiro: É o único do grupo que é um pouco normal. Pelo menos é realista e se importa com os outros. Ele é perfeito para o Aiko.
Kinshi Na Karada é incrível em todos os sentidos. Um livro que vai deixá-lo arrebatado e pedindo por mais.
Adoro demaissssss quando o leitor capta exatamente o que a obra quer passar, muito obrigada ♥
ResponderExcluirVocÊ já leu Jiyuu?? Não??? Prepare-se para um choque em relação aos seus sentimentos para com os personagens e para amar e admirar ainda mais a Josi!! <3
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