OBS: Eu li a 1ª edição.
Sinopse: Uma
garota é vítima de estupro e tenta reconstruir sua vida. Mas, quando finalmente
acredita ter encontrado o caminho da felicidade e esquecido aquela noite
fatídica, um novo episódio a faz despertar para a apavorante certeza de que é
absolutamente impossível fugir do passado... E só existe uma alternativa para
que a paz retorne ao seu coração e se faça prevalecer a justiça: confrontar seu
pior e mais temível inimigo.
Com uma narrativa
surpreendente, a autora mantém o suspense até o fim, fazendo com que o leitor
tenha de prender o fôlego para acompanhar essa aventura que traz, a cada
capítulo, novas revelações e emoções de um passado que já parecia esquecido.
"Vítimas do
Silêncio combina ingredientes como Romance, Aventura, Suspense, Sedução e
Mistério em um livro que vai prendê-lo do começo ao fim, tendo como pano de
fundo a questão do abuso sexual."
Resenha:
Sabe aquele ditado: Arranjou sarna para se coçar?
Bem, é o que vou conseguir com essa resenha. Não vou negar que fiquei relutante
quanto ao fazer essa resenha. O livro foi lido há mais de um mês, e como disse
estava relutante, por causa de um detalhe. Ou como eu digo... O caroço da
azeitona. Mas antes do caroço, vamos a trama.
Vítimas do Silêncio conta à história de Margarida
Esteves, uma jovem vítima de estupro, cometido pelo padrasto.
Após sofrer a violência, Margarida deixa a mãe e
irmã, e se muda para o Rio Grande do Sul, para a
cidade de Gramado, onde passa a morar com os tios e primos.
Aos poucos ela começa a reconstruir sua vida, e
até tem um romance com o primo. Um ano depois de sua chegada, Margarida recebe
a visita da irmã e mãe, que diz ter abandonado o marido. A mãe deixa claro que
quer recomeçar ao lado das filhas e nunca mais se separar de nenhuma delas.
Margarida começa a acreditar que o passado
finalmente ficou para trás, e que será feliz ao lado da mãe e irmã. Porém, um
mês depois, adivinha quem aparece? O padrasto, com uma conversa afiada, todo
humilde e no final acaba sendo perdoado pela esposa.
Nem bem o cara (ou como eu o apelidei “O demônio
do Pântano”) chega, e já tenta mais uma vez estuprar a enteada. E o que
Margarida faz? Foge é claro. Desta vez ela se muda para a cidade de São Paulo.
Porém, um pouco antes de deixar Gramado seu romance com o primo acaba e a jovem
fica grávida e abandonada.
Sozinha, sem família e grávida, ela passa a
trabalhar para uma família rica, e é lá que sua vida dá uma guinada.
Com a ajuda dos patrões, Margarida volta a
estudar, e se prepara para se tornar uma advogada.
Poderia escrever mais sobre a trama, mas soltaria
mais spoilers. Afinal, não devia ter dito que a protagonista fica grávida. Apenas
saibam que há crimes, investigações e até uma quadrilha de traficantes.
Agora chegou a hora de falar do caroço:
Quero deixar claro para a autora que amei o
livro. Ela tocou num tema delicado: Estupro, de forma sutil e verdadeira. E ao
contrário do que muitos pensam, a culpa por esse tipo de violência não é da
vítima. Qualquer pessoa pode ser vítima desse tipo de crime. Seja usando mini
saia ou burca. E como a própria trama mostra, até em casa, num lugar onde
deveríamos nos sentir em segurança.
Mas, apesar da declaração que dei acima, não
posso negar que há mulheres que pedem para o criminoso entrar em suas vidas.
Abrem a porta e o convidam para entrar, como se faria com um vampiro. E quando
digo mulheres que convidam criminosos, estou falando daquelas que apanham ou
trazem estupradores para o convívio familiar. Que é o caso da mãe da
protagonista.
O tempo todo que li o livro senti um ódio mortal
pela mãe. Cheguei a um determinado momento a ficar em duvida, quem deveria ser
mais odiado. O padrasto ou a mãe.
Desculpa se estou ofendendo as mulheres, mas eu
não consigo entender como (ainda hoje) há mulheres que não enxergam ou fingem
que não veem o tipo podre de parceiro que tem ao lado.
Uma mulher (Principalmente a que tem filhos de um
relacionamento anterior) precisa prestar atenção no homem que vai trazer para
sua vida e na dos filhos. O homem podre dá sinais desde o início de que não é
boa coisa. Seja no sorriso, fala ou atitudes. E não é na aparência como muitos
pensam.
Uma mulher jamais deve escolher um companheiro
por medo da solidão. Ou porque suas amigas e parentes dizem frases como estas: Precisa
de um homem para dar sentido à sua vida. Uma mulher sozinha é muito triste.
Não sou contra casamento, pelo contrário, sou a
favor. Mulheres e homens merecem encontrar a pessoa ideal. Aquela que
acrescenta e não a que destrói tudo.
Amar alguém não é pecado, bobagem, fraqueza ou
burrice. Burrice é amar o primeiro bibelô de casa mal-assombrada, que cruzar o
seu caminho.
Mulheres ou homens podem confiar na pessoa amada,
mas sempre devem estar ao lado do bote salva-vidas. Afinal, todos disseram que o
Titanic era indestrutível e afundou na viagem inaugural.
Ser cuidadosa, desconfiada, não é ser pessimista,
mas realista.
E para terminar de falar sobre meu ódio mortal
pela mãe da protagonista:
Mãe que é mãe, vê o que há de errado com os filhos
até cega. E digo isso com propriedade, já que a minha era cega, mas sabia quem
era quem só pelo jeito que andávamos pela casa. E ela sempre sabia que havia
algo de errado, apenas pelo timbre da nossa voz. E com a minha mãe não tinha
essa coisa de não contar o que nos perturbava. A mulher tinha seus métodos para
arrancar a verdade.
Agora que já falei do caroço, vou embora e
esperar as pedradas, tijoladas, tiros e choques.
Eu fazia parte de um conselho municipal onde se resolvia pendencias e tal sobre coisas que envolviam a comunidade. Numa dessas, o conselho trouxe um caso de uma criança de 7 anos expulsa de casa pela mãe, pq, após ser estuprada pelo padrasto, a mãe a acusou de seduzir o mesmo.
ResponderExcluirNão deixe o feminismo iludir você: falta de carater não é exclusividade masculina. Existem homens bons, assim como mulheres. E da mesma forma, existem aqueles que não valem nada.
Achei a trama do livro interessante e, certamente, o colocarei em minha lista de leitura.
ResponderExcluirFalando da resenha, os poucos spoilers soltados eram previsíveis. Não que o enredo seja um clichê - afinal, nem o conheço ainda -, mas porque, na maioria das vezes, é o que a nossa mente espera encontrar nesse tipo de drama. Portanto, aquiete-se, pois você, como sempre, resenhou com a alma - e é por tal motivo que adoro visitar seu blog.
Sobre seu "caroço" - não vejo motivos para polêmicas. Primeiro porque se trata da SUA opinião, que pode ser a mesma de muitos e a contrária de outros. Quem está certo ou errado? Eis algo que não importa. Porém, deixo claro que concordo com você. Há mulheres que preferem dormir com o inimigo a valorizar sua prole. E vou além... "Pimenta no orifício anal alheio é refresco". Ou seja, existem mulheres que simplesmente não se importam... Infelizmente.
Concluindo: Janethe Fontes ganhou uma nova leitora: eu!
Abraços e parabéns pelo blog!